quinta-feira, 26 de março de 2015

NAMORO CATÓLICO - 4ª parte: MEIOS PARA GUARDAR A CASTIDADE NO NAMORO/NOIVADO


Capítulo do Livro Fiançailles Chrétiennes (1956), do Padre François Dantec.

  Os noivos devem saber que a castidade nem sempre é fácil durante o noivado, sobretudo quando este é demasiadamente prolongado. Todavia, eles devem também estar convencidos de que esta castidade lhes será sempre possível, com a ajuda da graça de Deus, com a qual eles poderão sempre contar.

  Para guardar a castidade durante todo o noivado, lhes será preciso cumprir certas condições e pôr em prática certos meios sem os quais eles só poderiam chegar a lamentáveis fracassos.

• As condições necessárias.

  Antes de mais nada, eles devem ambos ter o sentido, a estima e o amor pela castidade. E devem saber, ainda, que Deus nunca pede o impossível… e que, a todas as almas sinceras e que rezam, Ele dá a força de realizar o que Ele ordena.
Porém, por causa da força dos impulsos carnais, a virtude da castidade só pode ser mantida sob uma dupla condição: primeiramente uma atitude de esforço e de luta; em seguida ­- e sobretudo – uma vida sobrenatural intensa alimentada pela oração e pela recepção frequente da Penitência e da Eucaristia.

• Um esforço pessoal.

  O esforço será primeiramente pessoal e deverá portar não somente sobre o domínio do instinto sexual e sobre a virtude da castidade, mas também em todos os planos e sobre todas as virtudes. Em particular, será preciso dar ao espírito de sacrifício e de mortificação o lugar que lhe é sempre devido numa vida seriamente cristã.

• Um esforço em conjunto.
  A este esforço pessoal deverá se juntar um esforço conjunto, especialmente por ocasião dos encontros. Os noivos devem não somente evitar tudo o que constitui uma falta contra a castidade, mas eles devem guardar entre eles, sempre e onde quer que estejam, uma certa reserva, uma certa modéstia, um verdadeiro pudor que os preservará de muitas tentações e de muitas dificuldades.
Eles deverão mostrar uma verdadeira simplicidade ou franqueza mútua no combate pela castidade. Que cada um diga com clareza ao outro aquilo que constitui para ele (da parte do outro) uma ocasião de tentação e de dificuldade. A experiência mostra que esta simplicidade mútua – que infelizmente é rara – é para os noivos uma ajuda muito importante para a salvaguarda da pureza.

• A noiva, guardiã da castidade.

  Neste esforço em comum dos noivos para garantir o domínio sobre suas sensibilidades, a moça deve saber que ela tem o papel principal. Assim como ela pode causar tentações, fraquezas e quedas para seu noivo, mostrando-se imprudente, imodesta e provocante, ela pode também ajudá-lo e dar-lhe apoio, se ela souber ser o que ela deve ser. Lembrando-se do que dissemos acima sobre as diferenças consideráveis que separam o homem e a mulher no campo da excitabilidade sexual, a noiva sempre deverá considerar-se como a guardiã e a principal responsável da castidade do noivado. Longe de querer ser para seu noivo uma fonte de tentações e provocações inconsideradas, ela desejará ser para ele uma companheira delicada com a qual ele poderá contar sempre em todas as ocasiões e à qual ele será sempre muito grato pelo auxílio que ela lhe terá prestado no rude combate da pureza.

• Indicações práticas para os encontros

  Em toda a medida do possível, os noivos não devem se isolar num lugar onde eles não possam ser surpreendidos de um momento para outro. Além disso, nunca se desaconselharia demasiado aos noivos cristãos os divertimentos (bailes, teatros, cinema) que arriscam provocar em demasia os sentidos e tornar muito mais difícil o combate pela pureza. Da mesma forma, eles evitarão as viagens, os passeios prolongados, sobretudo se eles fossem fazê-lo sozinhos.

  É preciso também recusar um costume que tende a se espalhar em certos meios cristãos: a estada dos noivos sob o mesmo teto. Práticas como esta são extremamente perigosas (a experiência o prova), e devemos rejeitá-las em nome da prudência cristã.

  No que diz respeito à frequência e à duração dos encontros, não é possível dar regras precisas que seriam válidas para todos.
  Se um ou outro tiver, por causa dos encontros muito frequentes, certas tentações excepcionais ou certo enfraquecimento de suas forças morais e espirituais, isso seria um sinal que deveria fazer os noivos espaçarem mais os encontros.
  Todavia, visitas quotidianas e prolongadas devem ser consideradas como excessivas e perigosas. Ao se tratar de visitas mais prolongadas (algumas horas), seria conveniente limitá-las a uma, ou no máximo duas por semana.
  Os encontros solitários e prolongados, sobretudo à noite, são desaconselhados.

  O melhor lugar para o encontro é, geralmente, o meio familiar. Não somente por que neste ambiente o risco de exposição às tentações vindas de certas imprudências é menor, mas também porque no meio familiar aprenderão a se conhecer melhor, observando o comportamento do outro em relação aos seus…

  “Desconfiemos daqueles que, sob o pretexto de uma maior intimidade, querem esquivar-se do olhar dos parentes e que se sentem bem somente quando estão afastados daqueles que mais poderiam protegê-los. Se um rapaz ama verdadeiramente uma moça, ele facilmente aceitará vê-la em seu ambiente natural, onde ele poderá conhecê-la melhor.”

  “Quanto às frequentações habituais em restaurantes, na rua, em parques públicos, no automóvel, ou, o que é ainda mais deplorável, no quarto, não se poderia tolerá-las. Trata-se de ocasiões próximas demais de pecado para serem aceitas por pessoas sérias.”

  “Se eles não podem se encontrar sem estar de fato expostos a uma ocasião próxima de pecado, é preciso que eles façam todos os sacrifícios necessários para salvar, antes de tudo, suas almas”.

  Com o fim de não se expor a tentações violentas (e inúteis), os noivos evitarão entre eles todas as familiaridades e as atitudes particularmente perigosas: desta forma, eles não devem nunca se deitar um perto do outro nem se sentar no colo um do outro.
Enfim, talvez não seja inútil apontar que é nos momentos da despedida que eles deverão ser particularmente vigilantes e reservados, pois é então que a tentação se mostra em geral mais forte.

  Como regra geral, saibam os noivos que a castidade se torna mais e mais difícil na medida em que o noivado se prolonga e na medida em que eles se aproximam do casamento. Este será, portanto, um motivo a mais para “vigiar e orar” com maior fervor. Talvez seja então o momento de fazer encontros menos frequentes e mais reservados.

  Em meio às suas dificuldades e lutas, os noivos hão de invocar a Santíssima Virgem Maria: não é Ela a Mãe da Pureza e a Mãe do belo amor?… Eles recorrerão juntos a Ela, quando se encontrarem, e também separadamente.
Eles serão mais do que nunca fiéis à prática regular da confissão. Juntos ou separadamente (de acordo com as circunstâncias), eles deverão buscar com frequência, na Santíssima Eucaristia, as energias sobrenaturais que em vão se buscaria obter longe dela. É desta forma que eles alcançarão de Deus o suplemento de força para permanecerem sempre puros.

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