quarta-feira, 25 de março de 2015

NAMORO CATÓLICO - 3ª parte: A NECESSÁRIA PUREZA ENTRE NAMORADOS

  
  Evidentemente, a primeira razão para se guardar a castidade no namoro é observar o sexto mandamento, evitando o pecado mortal e sua consequente perda da graça. Nossa razão reconhece e Deus nos ensina que a união entre um homem e uma mulher deve ter em vista a procriação. Todavia, não basta a procriação, pois é preciso também educar a prole. Para educar bem os filhos, é preciso que haja o matrimônio. Portanto, a união entre o homem e a mulher deve se realizar somente dentro do casamento, para que a primeira finalidade dessa união seja assegurada de forma adequada.

  A segunda razão para que os namorados mantenham a castidade é com a finalidade de que façam uma boa escolha, uma escolha realmente lúcida e livre. Um dos fatores que mais arrastam o nosso reto juízo, desviando-o da adequação à realidade, são as paixões desordenadas. Quando julgamos afetados por essas paixões, nossa inteligência e nossa vontade são como que arrastadas a julgar em conformidade com tais paixões. Portanto, a falta de castidade entre os namorados vai conduzi-los a julgar não conforme à realidade, mas conforme às paixões. Eles não conseguirão considerar adequadamente a estima mútua, a simpatia, a confiança e o acordo sobre o ideal que devem ter. Eles tenderão a julgar simplesmente seguindo a inclinação dessas paixões desregradas. Em virtude das paixões, ele quererão permanecer juntos e tenderão facilmente a julgar que todas as condições que mencionamos na segunda parte estão presentes, ou não darão a devida importância a essas condições.

  Não queremos dizer aqui que toda paixão é desordenada, o que seria um erro grave, cometido entre outros pelos estóicos. Queremos dizer que uma paixão que não é subordinada à razão, uma paixão que não é dirigida e ordenada pela razão é ruim e pecaminosa e afeta os nossos juízos. Assim, ter o desejo de comer e de comer muito e satisfazer esse desejo é excelente, se realmente precisamos comer. Ter o desejo de comer muito sem ter necessidade é um desejo que deve ser freado pela razão, para que não se caia na gula. Ora, quando agimos contrariamente à razão com frequência, criamos na nossa alma uma inclinação para agir dessa maneira, e nos alegramos com esse modo de agir. Nós tendemos fortemente a julgar segundo as nossas inclinações, tendemos a julgar de modo que nossas inclinações sejam favorecidas. Se nossas inclinações são ruins, julgaremos mal. Se são boas, ordenadas pela razão, julgaremos bem, seguindo a razão.

  Dessa forma, quando os namorados que não guardam a castidade forem julgar a propósito da real chance de construírem uma família católica sólida e feliz, eles dificilmente julgarão com precisão a propósito das quatro condições citadas, mas julgarão pela continuidade do relacionamento porque, com a continuidade, ficam favorecidas as paixões.

  A falta da castidade no namoro, além de se opor ao sexto mandamento, dificulta a construção de uma família católica sólida e realmente feliz pelo fato de que dificilmente considerarão bem: 1) se existe uma real estima pelo outro, fundamentada em verdadeiras qualidades (naturais e sobrenaturais) dele; 2) se a simpatia é real ou se ela se resume ao aspecto físico ou sensível; 3) se realmente o outro é alguém confiável e 4) se estão realmente de acordo no que toca à perspectiva cristã da vida e do matrimônio. A castidade é indispensável para assegurar uma boa escolha, que é, por sua vez, necessária para construir um lar católico.

  Se os namorados caem no pecado contra castidade devem corrigir-se o quanto antes, a fim de assegurar o estado de graça, evitar o inferno, e a fim de assegurar uma escolha feita pela razão guiada pela fé e caridade. Somente uma escolha feita assim poderá assegurar um bom casamento católico, um casamento feliz.

Pe. Daniel Pinheiro, IBP

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